aflora intensidade à tua imagem
o dia que demora
as horas passam sem alarde
*
no meu rosto brota o medo
que te deixa bem à vontade
*
talvez amor, quiçá além?
crio...
pode ser só ilusão
*
esqueço o resto
nada mais importa
a imaginação me bolina certeira
meu rumo segue torpe
*
escrevo como louca
desalinhada e desobediente
rasgo...
é tudo mentira!
junto os meus cacos sem métrica
colo, pois tu me desmentes
*
rebobino a fita
procuro o instante que o teu sorriso me abriu
releio cada palavra restrita
e descubro: tudo me intimida
*
tanta troca...
quanta rima...
santo riso...
me tirastes o juízo!
*
meu olhar te encontra em transversal
nosso encontro nunca foi casual
*
coração descompassado
disritmia
... eu sufoco em teu abraço...
*
nós dois aqui calados
meu corpo
teu corpo
me estendo ao teu lado
*
a brisa brejeira...
o cheiro do mato...
o aconchego no peito...
um acalanto acanhado...
*
escorre dos lábios o anseio
minha boca saliva
eu jamais te terei por inteiro
*
me afogo na teimosia da lágrima egoísta
quero que esqueças tudo o que te foge à vista
*
não temo mais nada
quase nada
circundo tua retidão segura e desarmada
meu delírio te maltrata
tua lucidez nunca fez qualquer sentido
assume o perigo de ter-me contigo
tens noção do prejuízo que me cabe ao te amar?
*
repara bem na minha órbita
não, não estou a passeio
quero deslizar a teu cuidado
com meus olhos breves que te delineiam
*
acendo a faísca do mau palpite
o peso do silêncio nos constrange
dentro mora o pecado que ainda não viste
*
vais me descobrindo em partes
não plasmo metades
creio nas vontades que imantam
e no inteiro que me arde
*
calo a minha reza refastelada na vertigem
nosso laço não desata
queimo...
meu calor vira fuligem
*
o céu pincelado na janela
meus olhos ofuscam a luz das estrelas
flutuo nos versos que escrevo
apago alguns
visto a minha vida verdadeira
*
vem, levanta!
vem sentir o vento...
passeia comigo na nuvem que dança
aproveita enquanto há tempo
teu olhar foge
sinto-me livre em teu pensamento
*
acendes um cigarro
e a fumaça sobe densa
olhas através do meu reflexo
sentes-te sozinho
refletes, indagas, indignas-te:
- onde o nosso sonho perdeu o seu caminho?
*
atravesso o espelho
quero ver o que vês em mim
risco o meu corpo inteiro
dos pés a ponta do cabelo
e no meu avesso está teu estopim
*
o dia que demora
as horas passam sem alarde
*
no meu rosto brota o medo
que te deixa bem à vontade
*
talvez amor, quiçá além?
crio...
pode ser só ilusão
*
esqueço o resto
nada mais importa
a imaginação me bolina certeira
meu rumo segue torpe
*
escrevo como louca
desalinhada e desobediente
rasgo...
é tudo mentira!
junto os meus cacos sem métrica
colo, pois tu me desmentes
*
rebobino a fita
procuro o instante que o teu sorriso me abriu
releio cada palavra restrita
e descubro: tudo me intimida
*
tanta troca...
quanta rima...
santo riso...
me tirastes o juízo!
*
meu olhar te encontra em transversal
nosso encontro nunca foi casual
*
coração descompassado
disritmia
... eu sufoco em teu abraço...
*
nós dois aqui calados
meu corpo
teu corpo
me estendo ao teu lado
*
a brisa brejeira...
o cheiro do mato...
o aconchego no peito...
um acalanto acanhado...
*
escorre dos lábios o anseio
minha boca saliva
eu jamais te terei por inteiro
*
me afogo na teimosia da lágrima egoísta
quero que esqueças tudo o que te foge à vista
*
não temo mais nada
quase nada
circundo tua retidão segura e desarmada
meu delírio te maltrata
tua lucidez nunca fez qualquer sentido
assume o perigo de ter-me contigo
tens noção do prejuízo que me cabe ao te amar?
*
repara bem na minha órbita
não, não estou a passeio
quero deslizar a teu cuidado
com meus olhos breves que te delineiam
*
acendo a faísca do mau palpite
o peso do silêncio nos constrange
dentro mora o pecado que ainda não viste
*
vais me descobrindo em partes
não plasmo metades
creio nas vontades que imantam
e no inteiro que me arde
*
calo a minha reza refastelada na vertigem
nosso laço não desata
queimo...
meu calor vira fuligem
*
o céu pincelado na janela
meus olhos ofuscam a luz das estrelas
flutuo nos versos que escrevo
apago alguns
visto a minha vida verdadeira
*
vem, levanta!
vem sentir o vento...
passeia comigo na nuvem que dança
aproveita enquanto há tempo
teu olhar foge
sinto-me livre em teu pensamento
*
acendes um cigarro
e a fumaça sobe densa
olhas através do meu reflexo
sentes-te sozinho
refletes, indagas, indignas-te:
- onde o nosso sonho perdeu o seu caminho?
*
atravesso o espelho
quero ver o que vês em mim
risco o meu corpo inteiro
dos pés a ponta do cabelo
e no meu avesso está teu estopim
*
Que texto inspirado e lindo. Vivo, intenso, cheio de surpresas e muito rico.
ResponderExcluirAdorei, Moana. Parabéns.
Bj =)